terça-feira, 26 de junho de 2012

.sobre plágio




seja como for, nunca plagiei! assim como nunca roubei em jogos de azar e nunca "colei" em provas.
verdade! (mesmo que pareça absurdo e utópico).

domingo, 27 de maio de 2012

.sobre as palavras e as coisas

Estava aqui, despretensiosamente iniciando uma leitura introdutória que pudesse servir de base para futuras leituras sobre análise do discurso, e eis que deparo-me com o prefácio do livro de Foucault. 
Primeiro, me senti triste pela falta de prática com esse tipo de leitura (já fui muito melhor nisso, me sinto enferrujada). Depois, uma deliciosa surpresa: o enxerto tem leves conversas sobre o que já discutimos em sala de aula, mas de uma forma mais articulada e formal. Fala sobre as ideias pré-estabelecidas de uma cultura, seu ordenamento linguístico e empírico, os estudos científicos a respeito disso e a interessante interseção que há entre essas duas extremidades. 
Segue o trecho que me chamou a atenção:


Os códigos fundamentais de uma cultura  — aqueles que regem sua linguagem, seus esquemas perceptivos, suas trocas, suas técnicas, seus valores, a hierarquia de suas práticas — fixam, logo de entrada, para cada homem, as ordens empíricas com as quais terá de lidar e nas quais se há de encontrar. Na outra extremidade do pensamento, teorias científicas ou interpretações de filósofos explicam por que há em geral uma ordem, a que lei geral obedece, que princípio pode justificá-la, por que razão é esta a ordem estabelecida e não outra. Mas, entre essas duas regiões tão distantes, reina um domínio que, apesar de ter sobretudo um papel intermediário, não é menos fundamental: é mais confuso, mais obscuro e, sem dúvida, menos fácil de analisar. É  aí que uma cultura, afastando-se insensivelmente das ordens empíricas que lhe são prescritas por seus códigos primários, instaurando uma primeira distância em relação a elas, fá-las perder sua transparência inicial, cessa de se deixar passivamente atravessar por elas, desprende-se de seus poderes imediatos e invisíveis, libera-se o bastante para constatar que essas ordens não são talvez as únicas possíveis nem as melhores: de tal sorte que se encontre diante do fato bruto de que há, sob suas ordens espontâneas, coisas que são em si mesmas ordenáveis, que pertencem a uma certa ordem muda, em suma, que  há ordem. Como se, libertando-se por uma parte de seus grilhões lingüísticos, perceptivos, práticos, a cultura aplicasse sobre estes um segundo grilhão que os neutralizasse, que, duplicando-os, os fizesse aparecer ao mesmo tempo que os excluísse e, no mesmo movimento, se achasse diante do ser bruto da ordem. É em nome dessa ordem que  os  códigos da linguagem, da percepção, da prática são criticados e parcialmente invalidados. É com base nessa ordem, assumida como solo positivo, que se construirão as teorias gerais da ordenação das coisas e as interpretações que esta requer. Assim, entre o olhar já codificado e o conhecimento reflexivo, há uma região mediana que libera a ordem no seu ser mesmo: é aí que ela aparece, segundo as culturas e segundo as  épocas, contínua e graduada ou fracionada e descontínua, ligada ao espaço ou constituída a cada instante pelo impulso do tempo, semelhante a um quadro de variáveis ou definida por sistemas separados de coerências, composta de semelhanças que se aproximam sucessivamente ou se espelham mutuamente, organizada em torno de diferenças crescentes etc. De tal sorte que essa região “mediana”, na medida em que manifesta os modos de ser da ordem, pode apresentar-se como a mais fundamental: anterior às palavras, às percepções e aos gestos, incumbidos então de traduzi-la com maior ou menor exatidão ou sucesso  (razão pela qual essa experiência da ordem, sem seu ser maciço e primeiro, desempenha sempre um papel crítico); mais sólida, mais arcaica, menos duvidosa, sempre mais “verdadeira “  que as teorias que lhes tentam dar uma forma explícita, uma explicação exaustiva, ou um fundamento filosófico. 
Assim, em toda cultura, entre o uso do que se poderia chamar os códigos ordenadores e as reflexões sobre a ordem, há a experiência nua da ordem e de seus modos de ser.


Fonte:
Foucault, Michel, 1926-1984. Prefácio. Em: As palavras e as coisas : uma 
arqueologia das ciências humanas . Tradução Salma Tannus Muchail. 8a ed. São 
Paulo : Martins Fontes, 1999 [pp. XVI-XVIII]

quinta-feira, 24 de maio de 2012

. estilo de aprendizagem

De qual forma me comporto quando o assunto é apre(e)nder?
Segundo o Questionário Honey-Alonso de estilos de aprendizagem, eu sou, na maioria das vezes, teórica e pragmática. Em outros momentos, ativa. E em poucos, reflexiva. Ué, tem alguma coisa errada nesse teste. 
Vou refazer.
Enquanto isso, vou pesquisar o que é pragmatismo.


.relatividade cultural



Fonte: YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=aFCHxeQWhrg&feature=colike 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

.memória de 14/05/12

Foi proposto por Eric a construção de um "diário de aprendizagem". Diferentemente de propostas anteriores de outros docentes, o professor incentivou a criação digital de tais relatos, facilitando o manuseio do arquivo, tanto para atualização, quanto para acompanhamentos, além do compartilhamento com os colegas discentes.
Então, eis aqui meu "diário".

Nesse dia, houve uma troca de informações orais do que pensamos sobre ciência, pesquisa e as ciências humanas. Confesso, quando pensava em ciência, era a imagem ao lado que vinha em mente (e tenho certeza que é o que acontece com a maioria das pessoas): um homem de aparência levemente desequilibrada, com óculos fundo de garrafa, jaleco branco e fórmulas malucas em frasquinhos coloridos.

Tudo bem, confesso que só quero ser simpática. Meu pensamento, apesar dos poucos anos de graduação, já era outro. 

O 1º capítulo do livro do Rubem Alves, citado na postagem anterior, dá início, de forma bem didática, bem leve, mas muito inteligente, aos esclarecimentos do que é ciência, de como as pessoas em geral pensam, de como elas agem e de como fazem ciência sem saber.
Senso-comum é a palavra preponderante. A maioria das coisas que nos são apresentadas desde o nascimento são produto do senso-comum. Contudo, há algo intrigante quando o autor diz que todos nós fazemos ciência. Como assim, Rubem? Ele explica: 
Você a capaz de visualizar imagens? Então pense no senso comum como as pessoas pensam. E a ciência? Tome essa pessoa comum e hipertrofie um de seus órgãos, atrofiando os outros. Olhos enormes, nariz e ouvidos diminutos. A ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem ele, ela não pode existir. E essa é a razão por que não existe nela nada de misterioso ou extraordinário.¹
Ficou claro o que Rubem Alves quis dizer. A ciência é o estudo aprofundado e específico de alguma coisa. Quando sabemos um pouquinho sobre tudo, estamos exercitando uma prévia do que é ciência. A diferença está na problematização da coisa. Daí, para achar respostas, ou melhor, para se fazer ainda mais perguntas, afunila-se, concentra-se, descarta-se o todo e foca-se apenas a parte. Porém, para tornar-se cientista, não se deve ridicularizar ou diminuir o senso-comum. 
Talvez eu precise de ciência para refinar o ouro, mas é o senso-comum que me guiará a encontrar a pedra.



Notas:
¹ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e a suas regras. 12ª edição. São Paulo: Editora Loyola, 2007. P. 14.

terça-feira, 22 de maio de 2012

.memória de 08/05/12

Iniciamos mais um semestre.
Muita e pouca expectativa ao mesmo tempo.
O 'muita' é sempre pelo otimismo natural do 'voltar às aulas', quase inconsciente.
O 'pouca' é a desmotivação pelo produto que se alcança  de 4 em 4 meses (em média). 
Não levantarei aqui essas máximas em relação ao curso de Administração da Uesb - é ilegal, é imoral (e tenho quase certeza que pode engordar).

O fato é que tive uma doce surpresa com a proposta da disciplina 'Metodologia da pesquisa científica" que, confesso, achei que seria mais uma daquelas coisas inúteis (e o que seria verdadeiramente útil? depende do fim da utilidade... mas enfim, deixa essa questão para depois também).

Em primeiro lugar, o docente tem uma página na internet! Uau! Quantos professores disponibilizam efetivamente material didático-científico para que os alunos tenham conhecimento do que está sendo construído por aí, ou quantos deles te mostram caminhos a percorrer, caminhos 'corretos' para alcançar a informação realmente importante? Bom, até hoje eu só contei.... um.

Na primeira aula do Prof. Eric, nos deparamos com um dado alarmante: a língua portuguesa corresponde apenas 2% de toda produção científica do mundo. É pouco? Sim, mas não é tão desesperador. 
Vejam o vídeo abaixo:


Intuitivamente ou através do senso comum, como preferir, nos foi solicitado  definir, em poucas palavras, o que é ciência, pesquisa e quais as particularidades das ciências humanas.
As minhas respostas (que depois eu descobri que não foram tão ruins) foram: processo pelo qual se estuda um objeto através de um método - para o que é ciência; dinâmica concreta de dados diversos para conhecer ou divagar ou experimentar determinado objeto - para o que é pesquisa; e o principal evento observado nas ciências humanas é a inexatidão. Num ciclo constante de mudanças, o homem jamais é único existencialmente. Transforma-se, metamorfoseia-se todo o tempo, o que faz das ciências humanas um complexo misterioso e fecundo - para quais as particularidades das ciências humanas.

No decorrer das aulas e após a leitura do 1º capítulo do livro de Rubem Alves¹, pude rir um pouco desses meus conceitos. Primeiro por serem imaturos, segundo por serem a (quase) absoluta verdade.


Opa, quase ia esquecendo... para finalizar a aula desse dia: você sabe o que é Epistemologia? E o que é Metacognição?
Sei que você sabe.... está aí na ponta da língua.... vamos, fale....
Ok, ajudarei: 

"A epistemologia, também chamada teoria do conhecimento, é o ramo fa filosofia interessado na investigação da natureza, fontes e validade do conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra o desafio cético?"²
___________________
"Habilidades metacognitivas são normalmente conceituadas como um conjunto integrado de competências para aprender e pensar. Incluem-se aí muitas das habilidades necessárias para uma aprendizagem ativa: o pensamento crítico, o juízo reflexivo, a resolução de problemas e tomada de decisão."³


Notas:
¹ Filosofia da Ciência - Introdução ao jogo e a suas regras
² Fonte: Enxerto extraído do texto A Epistemologia contido no site da Universidade Federal de Santa Catarina: http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/grayling.htm
³ Fonte: Enxerto extraído do texto Metacognição: a habilidade de pensar sobre o pensar contido no site UOL, coluna de Elisandra Vilella G. Sé (Fonoaudióloga, Mestre em Gerontologia e Doutoranda em Linguística): http://www2.uol.com.br/vyaestelar/metacognicao.htm

segunda-feira, 21 de maio de 2012